O Barbeiro de Cedilha

Fomos desta vez à Barbearia Le Beard (barbearia, loja e bar) na Rua Cedofeita, 599, no Porto.

O James atendeu-nos e foi discreto, competente e muito simpático, embora nos tivesse parecido ligeiramente inseguro, no início, mal a nossa barba lhe foi parar à tesoura.

A decoração da barbearia é característica de espaços similares, com o conceito que agrada a uma determinado público que começa a esgotar as potencialidades que retinha. A atmosfera alegadamente vintage começa a vulgarizar-se e a ser alvo de desgaste, sobretudo tendo em consideração que se torna cada vez mais frequente o uso de barba cuidada, longa e bastante volumosa e a procura deste conceito mais ou menos retro como elemento identitário, tribal, e sinónimo de competência, inicia o seu processo de decadência. Aproximam-se imagens de outras formas de se usar a barba que não passam necessariamente pela Bandholz.

Não temos no James um confidente. É provável que esse dado se deva à timidez de quem atende um cliente novo que evidencia uma exigência quase instintiva, mas deixou-nos mesmo assim uma impressão muito positiva.

Este apontamento certo é contrariado pela nota atribuída ao funcionário que se encarrega da loja, ao fundo da barbearia, que não consegue deixar de falar de “gajas boas” logo que surge uma oportunidade. Não se apercebe que o facto de passar a vida perto de barbas rijas, não o obriga a afirmar desta forma primária a sua virilidade.

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