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Cabeleireiros e barbeiros no Afeganistão estão a ser proibidos de cortar a barba aos clientes.
Esta é a mais recente regra imposta pelos taliban, que alegam que aparar a barba é uma violação da sua interpretação da lei islâmica.
De acordo com a BBC News, a polícia religiosa taliban já declarou que quem violar a regra será castigado. Estão avisar nas portas dos cabeleireiros de que têm de seguir a lei islâmica quanto a cortes de cabelo e barbas e que não há direito a reclamações.
A norma está a ser imposta na província de Helmand, mas há também barbeiros na capital de Cabul a revelar ter já recebido as mesmas ordens.
Os cabeleireiros e barbeiros alegam que as novas regras estão a impedi-los de ganhar a vida.
"Não há como continuar", lamentou um dos profissionais entrevistados pela BBC News. "Os salões de cabeleireiro e barbeiro estão a tornar-se negócios proibidos."
Outros barbeiros contam que, mesmo ainda não tendo recebido ordens oficiais dos taliban, estão já a deixar de aparar barbas, uma vez que os próprios clientes já não querem cortá-las, com receio de se tornarem alvos para os militantes taliban.
Estas normas são um sinal de regresso às antigas regras do regime taliban, que governou o Afeganistão na década de 1990 - na altura, foram proibidos os cortes de cabelo "extravagantes" e insistiu-se que os homens deixassem crescer a barba -, apesar das afirmações do regime, regressado ao poder em agosto, de que haveria uma maior abertura com o novo governo.
Ser-se obrigado a deixar crescer a barba é o menos terrível dos atentados talibans aos direitos e liberdades afegãos, mas na última semana, um dos veteranos líderes taliban e antigo ministro da Justiça no Afeganistão corrigiu esta falha anunciando que as execuções e a amputação de mãos e pés vão voltar a ser usadas como castigo para as infrações.