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O Barbeiro de Cedilha

A barba na óptica do utilizador

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As barbearias vintage

na óptica do utilizador, 03.08.23

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Mais do que os lugares nostálgicos, as barbearias vintage guardam uma outra figura icónica: Os barbeiros vintage com as suas histórias bizarras e de certa forma misteriosas e sobretudo sedutoras.

O que define os barbeiros vintage?

Um barbeiro vintage é o que visualmente não larga a modernidade, com cortes undercut ou outros estilos mais modernos no penteado e nas barbas. Mas toda a sua indumentária e técnicas com a navalha, tesoura e toalhas quentes são totalmente inspirados nos barbeiros antigos, aqueles que ficaram famosos nas décadas de 60 e 70.

Mais do que uma escolha estética, os barbeiros vintage trabalham realmente como os antigos profissionais. Procuram conhecer as técnicas mais tradicionais com a navalha, a tesoura, o pente e as toalhas quentes. Gostam de estabelecer cumplicidades com clientes sempre que possível, sem serem incomodativos ou indiscretos.

Seguindo de uma forma quase simbiótica as barbearias onde esses velhos profissionais trabalhavam, estes barbeiros vintage seguem as mesmas tendências, mas misturando o clássico e o moderno. São barbearias retro e possuem um charme indiscutível.

Chão de madeira, paredes brancas, ou pretas e brancas, visual simplista sem se preocupar com muitos detalhes e barbeiros que não esquecem os coletes brancos ou pretos e outros detalhes que fornecem um maravilhoso toque clássico e pessoal.

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São mestres nas técnicas da navalha e toalhas quentes. Isto não quer dizer que os barbeiros vintage têm língua afiada e depois tentam aliviar a situação para não ficarem mal com os clientes. Claro que não. Significa que barbeiros desse tipo especializaram-se no aparar e desenhar a barba somente com a navalha, tal como era no passado. As toalhas quentes são explicadas ainda mais facilmente. Ao invés de se molhar o rosto dos barbudos com água quente, as toalhas molhadas e quentes são colocadas directamente no rosto. Abrindo-se desta forma os poros, facilita-se o trabalho.

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Vamos então enunciar algumas das benesses:

Tratamento de rei ‒ Longe de ser um spa ou algo similar, o barbeiro vintage orgulha-se por sentir que os clientes são bem atendidos. Todo o ambiente é preparado para que nos sintamos em casa e na companhia de um amigo.

Um barbeiro vintage vai garantir que saímos com o visual que desejamos e com o ânimo renovado. O segredo é que, apesar deste pé simpático no passado, estes profissionais saberem do que gostamos hoje em dia.

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Visual "estiloso" para trabalhar ‒ São mais do que "estilosos". Conseguem combinar estilos, como o rockabilly, os dos barbeiros antigos, ou mesmo os do começo do século XX, sem deixar de lado as tatuagens, os anéis, os acessórios mais modernos de um barbudo dos mais duros de roer.

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Não deixam a barbearia por nada ‒  Um barbeiro não é nada sem a sua barbearia. O ponto mais importante para um barbeiro vintage é ter a barbearia de acordo com os ditames mais clássicos que se consiga obter. Pode adicionar toques mais específicos, como uma área gourmet, mas o retro faz toda diferença.

Os barbeiros viajantes

Na Idade Média os barbeiros eram figuras errantes, viajantes que passavam de cidade em cidade oferecendo seus serviços de barbearia e medicina. Este conceito de barbeiro viajante foi diminuindo com o passar do tempo até que, nos séculos mais recentes, se assitiu ao fixar do barbeiro nas cidades grandes, mas o conceito não desapareceu por completo.

Os Barber Trucks são barbeiros retro itinerantes (que até cerveja nos oferecem) e o londrino Frank Rimmer, um vintage de respeito, lançou recentemente o projecto Thy Barber, barbearia itinerante, que surge em festivais de carros antigos e de tatuagens. Mais vintage e moderno do que isto é impossível.

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Algumas curiosidades

Os barbeiros vintage ainda guardam algumas histórias interessantes sobre o seu ambiente de trabalho, bem como alguns factos que os tornam ainda mais sedutores.

As Pin Ups foram comuns até à década de 60 e sem dúvida fizeram parte dos ambientes masculinos das barbearias. Posters de mulheres bem bonitas em trajes mínimos e poses inocentemente provocantes eram motivo de inspiração para muitos jovens mancebos naquela época, que não tinha (muita) “loucura”, pelo menos a que hoje dizemos que vivemos.

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Sophia Loren por Tanino Liberatore

Atualmente as pin ups são desenhadas de modo a homenagear a postura forte e capaz das mulheres e integradas de forma bem saudável no visual vintage da barbearia, muito mais do que reveladas como objectos de desejo masculino.

O letreiro às riscas na entrada da barbearia tem origem na Idade Média e conta a história de um dos serviços que os barbeiros exerciam (para além de tirar dentes e fazer alguns pequenos procedimentos cirúrgicos), a sangria.

Acontece que sangrar um paciente, procedimento executado pelo barbeiro em plena rua, obrigava a pedir às "vítimas" que segurassem nestes "postes" às riscas para distrair a dor e evitar gestos bruscos ou defensivos. Os canudos eram azuis e vermelhos, com o branco a remeter para as ligaduras utilizadas depois do processo. Em meados do século XII o clero proibiu as atividades médicas dos barbeiros, separando as atividades dos profissionais e foi nesta separação que os típicos letreiros dos barbeiros, às riscas e giratórios, surgiram. Os médicos ficaram com o vermelho e branco e os barbeiros com o azul e branco. Já no século XX os letreiros tornam-se finalmente característica exclusiva das barbearias americanas e posteriormente europeias. 

Depois de tudo isto, basta recordar que um barbeiro vintage é sempre sinónimo de respeito. Não podemos deixar de os apresentar aos nossos amigos mais jovens.

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Heróis sem fronteiras

na óptica do utilizador, 03.08.23

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A Médicos Sem Fronteiras foi criada em 1971, em França, por jovens profissionais da medicina e do jornalismo que tinham feito trabalho voluntário no Biafra, Nigéria, no final dos anos 60.

"Ao socorrerem vítimas de uma guerra civil brutal, estes profissionais perceberam as limitações da ajuda humanitária internacional: a dificuldade de acesso ao local e os entraves burocráticos e políticos, que faziam com que muitas pessoas se calassem, mesmo perante situações gritantes. A MSF surge, então, como organização humanitária que associa a ajuda médica à sensibilização, chamando a atenção para o sofrimento das populações a que presta assistência, dando visibilidade a realidades que não podem ser negligenciadas."

Em 1999, a MSF recebeu o prémio Nobel da Paz.

Vemos, ouvimos e lemos. É portanto essencial que todos apoiem, participem e colaborem com os que se atrevem a agir.

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