Atritos
"17h00. Acabei de colocar um escravo fugitivo, que adoptou o nome de Henry Williams, no comboio para o Canadá. Fugiu do Condado de Stafford, na Virgínia, para Boston no último mês de outubro. Esteve no lugar de Shadrach no Cornhill Coffee-House. Vinha a manter correspondência, por intermédio de um agente, com o seu senhor, que é o seu pai, sobre comprar a própria liberdade, o senhor pedindo 600 dólares, mas ele conseguiu reunir apenas 500." (...) “Se a injustiça faz parte do atrito necessário da máquina do governo, deixemos seguir, deixemos seguir. Talvez a máquina se torne suave (certamente que a máquina se irá se desgastar), mas se é de tal natureza que exige que sejamos contra a injustiça contra outro. Quebra a lei. Que a tua vida seja um contra-atrito para parar a máquina.”
H. Thoreau
Ao ajudar um escravo fugitivo a chegar ao Canadá, Thoreau estava a violar a Lei Federal do Escravo Fugitivo, aprovada como parte do chamado “Compromisso de 1850” no ano anterior. A pena para quem abrigasse ou ocultasse uma pessoa escravizada que tivesse fugido era uma multa de até 1.000 dólares e prisão até seis meses.
