O silêncio dos influentes
Apesar do silêncio da congressista Nancy Pelosi (ela própria uma putativa candidata) e de Obama, que sentado no trono da sua influência bastante comprometida pelos milhões que vai arrecadando quer como conferencista, quer como membro do “jet-set”, sobretudo nova-iorquino (por onde Michelle Obama, com as suas botas de 3000 US$, desfila por todas as revstas cor-de-rosa) nos prova o seu sonho mesquinho de ver Michelle como candidata à presidência dos EUA, sejamos positivos:
Harris arrecadou uma quantia recorde de dinheiro de pequenos doadores após Biden desistir, além de poder usar todos os fundos da campanha que já existiam.
Trump não e tão popular como faz crer o seu populismo. Muitos eleitores votam contra ele, mesmo não sendo democratas.
A escolha de Vance para vice-presidente fornece a possibilidade de se falar de "trumpismo", dando uma base teórica, uma sustentação intelectual, uma ideologia, a uma colecção de fúrias centradas num homem, mas pode enfraquecer a base de apoio de Trump que só ali está porque é "do contra e que não quer saber resto que é só para os livros".
As pesquisas mostraram uma vaga vermelha republicana nas eleições de meio de mandato de 2022, mas o certo é que os republicanos conseguiram apenas no limite o controle da Câmara e os democratas aumentaram a sua liderança no Senado. Historicamente, as eleições de meio de mandato favorecem o partido de oposição, mas têm menor participação, estes factos podem ser um bom sinal para a Câmara em 2024.
Os democratas estão a lutar pelo regresso das vitórias nos Estados decisivos, tendo em conta que elegeram senadores democratas nas eleições de meio de mandato.
Os direitos ao aborto estão em votação em muitos Estados, o que tem sido uma questão vencedora para os democratas e aumentou a participação dos eleitores.
Os republicanos estavam preparados para atacar um Biden frágil e que não é o melhor orador. Observavam com alegria Biden ser destruído nas redes sociais e afins. Não esperavam que Biden realmente desistisse. Agora têm um criminoso condenado, um violador, um condenado por agressão sexual nos anos 90 contra a escritora E. Jean Carroll, um trafulha, um vigarista, um oportunista de 78 anos a insultar quem quer, acreditando ser o ungido por Deus, e estão a aperceber-se que não podem impedir que a máquina, que eles próprios accionaram, transforme Kamala num ícone jovem e até agora impoluto.
A verdade e a tomada de consciência acerca do Projeto 2025 e do seu conteúdo fascizante, entrou na esfera pública e está a ser discutida de forma muito mais aberta nas notícias. Embora Trump tenha insistido que não tem nada a ver com aquilo, é citado 300 vezes no documento, a maioria dos autores trabalhou na sua administração e ele próprio trabalhou de perto com a Fundação Heritage.
Não basta, mas já é esperançoso. Existe agora a possibilidade, ainda que esbatida, de ser evitada uma tragédia global.
