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O Barbeiro de Cedilha

A barba na óptica do utilizador

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Ver para crer

na óptica do utilizador, 31.08.24

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Somos firmes defensores de que nunca seremos capazes de substituir verdadeiramente os elementos humanos por algoritmos, embora a autenticidade e a alma que os humanos adicionam, não apenas à arte, mas a qualquer coisa com um elemento humano, estejam a ser alvos de tentativas de substituição ou imitação por parte dos usuários da IA.

Um artista, especialmente um artista digital, terá de enfrentar (e em certa medida já enfrenta) imúmeras dificuldades para provar que produziu determinada peça de arte. São exigências absolutamente ridículas.

No início, um vídeo em "time-lapse" (técnica que une fotografia e vídeo num processo que permite criar vídeos com imagens fixas com um efeito acelerado) ou de pintura rápida, era suficiente, mas agora os chamados "artistas de IA" vão abusando ainda mais ao ponto de a usar para replicar vídeos de “time-lapse” e até mesmo vídeos de pintura rápida de arte tradicional. Pode chegar-se a um ponto em que o artista que produz a sua arte completamente sozinho, o tradicional artesão,  terá de se filmar e mostrar-se em praticamente todos os ângulos possíveis para provar que está realmente a produzir arte e que essa arte é mesmo sua.

A arte digital tem uma má reputação há anos e isso não é uma vantagem para o artista. É apenas mais uma ocorrência que torna ainda mais difícil o reconhecimento e a verdade do artista tradicional que por vezes se vê lançado para um patamar digital pouco respeitado.  

Não importa em que tipo de arte, o artista não deveria ter que passar por todos os obstáculos possíveis e adicionar barreiras aparentemente desnecessárias apenas para provar que não usa IA. Esses vídeos de "time-lapse" gerados por IA, não são legais, nem sequer interessantes. São feitos especificamente para falsificar o processo, para que os chamados "artistas de IA" possam tentar publicitar a sua "arte" e afirmar que a fizeram, já que grande parte da comunidade artística e das plataformas começa a exigir provas adicionais de que quem publicitou o vídeo realmente criou o trabalho.

Para alguém que frequentemente se esquece de gravar o processo criativo,  é exaustiva a ideia de ter que montar todo um "setup" de gravação apenas para garantir que as pessoas saibam que se fez realmente qualquer coisa. Partilhar um trabalho online parece agora mais uma tarefa do que algo desejado, mas é provável que o artista o tenha de fazer num futuro próximo, porque as pessoas passam a exigir ver o processo criativo que prova a realidade do acto.

Se é o que é preciso, que assim seja. O uso e abuso da IA torna ainda mais difícil para os artistas as suas exposições online.

A credibilidade é como S. Tomé.

No rescaldo

na óptica do utilizador, 27.08.24

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Os últimos dois meses não foram fáceis para os franceses.

Os resultados das recentes eleições abriram mais do que nunca as portas para mais islamofobia, racismo e LGBTfobia. Julho e Agosto foram exaustivos e deprimentes, mas não é novidade. Há anos que a extrema-direita está em ascensão e vários meios de comunicação e partidos políticos têm alimentado esta força, usando o mesmo discurso, permitindo leis islamofóbicas, tentando conquistar os eleitores dessa facção. Explicam que se os franceses não estão orgulhosos do seu país, não o merecem. Não falam evidentemente no país como um todo, falam sobre uma França branca, heterossexual, cheia de predadores sexuais. Supostamente devem ter orgulho em Polanski ou em Gérard Depardieu; supostamente devem-se orgulhar de Napoleão, da música francesa, (se não for rap, se não for queer, se não for negra, se não for árabe); supostamente devem-se orgulhar de seus filmes, desde que não sejam daqueles que falam sobre os problemas dos subúrbios ou daqueles com um elenco diversificado; supostamente devem gostar de arte, mas não de “videogames” ou “mangás” (a BD francesa é aceitável, a menos que se pareça muito com mangás ou “quadrinhos” americanos); supostamente devem estar orgulhosos do show de Jean Dujardin na abertura do rugby de 2023.

Mas na verdade isto não cola. Não os representa, ou pior, é repulsivo. Ser-se fora dos padrões franceses é impulso para bullying e mesmo em termos criativos há que encaixar em normas estipuladas, mas que passam despercebidas, ou acaba-se visto como uma pessoa arrogante, ingrata e inculta que não sabe nada sobre a França. É assim que a norma vê Aya Nakamura, porque as letras do nome não seguem o francês padronizado que, se não for perfeitamente dominado, impede de se conseguir um emprego decente e sair da pobreza.

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Ser-se orgulhoso da França é difícil. Sentir segurança em França também é difícil. Excepto naquela França  "que queremos mostrar". Uma França que é diversa, que sabe cantar todos os géneros de música, dançar de maneira clássica, tradicional, moderna ou no estilo "voguing". São milhares de rostos, personalidades com peculiaridades e milhares de estilos de expressões.

Honestamente, nem se viu um décimo disso na abertura dos Jogos Olímpicos. Mas mostrou-se muito mais do que a França está acostumada a mostrar.

Uma França hipócrita?

Talvez não seja a França que nos está a mostrar esta diversidade absoluta. Talvez sejam apenas alguns artistas que decidiram que era hora de parar de esconder da cena internacional as minorias. Foram buscar alguns dos artistas fabulosos que a maioria da França prefere esconder e colocaram-nos em cena para que ninguém os ignorasse. Não foi supresa depois de se saber que Thomas Jolly estava a trabalhar nesta cerimónia.

Então, sim, o espectáculo representou a França, especialmente a França que alguns franceses adorariam apagar. Não é a representação da França que existe, mas uma representação do início da alegre revolução que as minorias francesas merecem. É a esperança numa França melhor, onde todos podem ser barulhentos e ouvidos.

A cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos foi vista por 1 bilião de pessoas em todo o mundo e o facto de tantos fascistas terem “ chorado” por causa disto deve significar que foi um sucesso.

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Relacionamentos queer, mulheres e ideais revolucionários, muitas delas prováveis nomes da lista que compila terroristas e potenciais terroristas, devem, só por si, promover uma imagem bastante progressista, mas enganadora, tendo em conta que activistas de esquerda foram impedidos de trabalhar nos Jogos Olímpicos por actos de activismo que datam de anos e que na maioria das vezes não resultaram em condenações.

A Louis Vuitton estava por todo o lado. Bernard Arnault (actualmente o homem mais rico do mundo) certamente garantiu o lugar nestes jogos. Que extraordinário anúncio para a marca.

A cerimónia, que foi apresentada como uma "cerimónia de rua para o povo", na verdade incluiu apenas algumas, poucas, pessoas privilegiadas que puderam gastar 2.000€. A cidade estava vazia. A cidade está vazia.

Bloquearam quilómetros e quilómetros da cidade. Paris foi barricada. Alguns hospitais tornaram-se mesmo inacessíveis.

Despejaram-se os sem-abrigo para que os turistas não os vissem. Ninguém sabe onde estão agora. Despejaram estudantes das suas casas antes mesmo do fim dos exames. Quando a polícia chegou e lhes interditou os quartos, reclamou das condições de moradia, esquecendo que é assim que os estudantes vivem o ano todo.

Podemos falar ainda sobre as condições de vigilância, sobre a “amizade” de Macron com os piores líderes mundiais, sobre o facto de terem tentado (falhando) tornar o Sena próprio para nado, gastando biliões nisso, sobre as condições de trabalho que na maior parte foi realizado por trabalhadores indocumentados, mas isso daria um post demasiado longo.

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O importante, depois de se ver estas cerimónias (a de abertura e a mais pobrezinha do fim) e todas as grandes mensagens progressistas que elas carregaram, é que se precisa lembrar o seguinte:

A França caminha a largos passos para se tornar um estado policial. É um país classicista que quase elegeu a extrema-direita (mais poderosa do que nunca) há muito pouco tempo, é um país queerfóbico, transfóbico e racista. A França é muitíssimo pouco o que nos mostraram e que não passou de propaganda da mais alta qualidade. 

But "We'll Always Have Paris".

Hibiscus

na óptica do utilizador, 25.07.24

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O certo é que as pessoas se lembram sempre, e erradamente, da famosa fotografia da flor no cano de uma arma como sendo protagonizada por uma jovem. Mas não era. A responsabilidade do engano pertence à Pepsi.

A foto, tirada por Bernie Boston, tem como protagonista George Edgerly Harris III, mais conhecido pelo seu nome artístico “Hibiscus”, que era membro do grupo radical de teatro de libertação gay de São Francisco, os "Cockettes".

George Edgerly Harris III morreu de SIDA em 1982, quando a doença ainda era conhecida pelo nome GRID, Gay-Related Immuno-Deficiency. A foto foi tirada num protesto no Pentágono.

Em 21 de outubro de 1967, cerca de 35.000 pessoas manifestaram-se em frente do Pentágono contra a guerra. Os manifestantes enfrentaram centenas de soldados de baionetas apontadas à multidão.

Um jovem hippie gay saiu da multidão com um punhado de cravos na mão esquerda. Enquanto caminhava em direcção aos soldados, a situação ficou ainda mais tensa. Caminhou ao longo da fileira de soldados e começou a colocar as flores nos canos de armas, com a mão direita.

“O manifestante vestindo uma camisola de gola alta surgiu do nada e levei anos para descobrir quem ele era. Chamava-se Harris.” — Referiu Bernie Boston, o fotógrafo que ganhou o Prêmio Pulitzer com esta fotografia. 

George HarrisGeorge Harris III levava uma vida bastante apolítica até aparecer com James Earl Jones e Al Pacino em "Peace Creeps", o que o despertou para os horrores da Guerra do Vietname. Afastou-se do mundo do teatro de Nova York e começou a ser mais abertamente gay e livre, tendo diferentes amantes, incluindo Allen Ginsberg.

George aceitou uma boleia para São Francisco numa Volkswagen dirigida pelo parceiro de longa data de Ginsberg, Peter Orlovsky, que fez um desvio para participar em Washington no protesto contra a guerra. George acompanhou-o e a fotografia é tirada. Este acto foi influenciado pelo teatro de rua que o cercava no centro de Nova York e demonstrou de forma espontânea a ideia de que o amor pode superar a tirania política e quebrar a máquina de guerra. 

Este é um exemplo do fenómeno conhecido como Efeito Mandela, em que um momento icónico, neste caso a fotografia onde está George Edgerly Harris III que é substituído por uma mulher hippie, é recriado tantas vezes que as pessoas pensam que essa é a história que narra a verdade.

Fica a homenagem. 

A poupar 37%

na óptica do utilizador, 13.10.23

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Estudos parecem demonstrar que a barba longa absorve 37% da energia de um soco. Esta seria portanto a razão que levou a que se deixasse crescer a barba.

E evidente que o estudo tem o valor daquilo que é apenas divertido, mas há nada como testar.   

Trapezóide

na óptica do utilizador, 01.08.23

O caixão trapezoidal do falecido Papa Emérito Be

O caixão trapezoidal do falecido Papa Emérito Bento XVI é levado à Praça de São Pedro para a missa fúnebre no Vaticano. Foto: Ben Curtis/VIA PA WIRE

Os milhares de fiéis que se reuniram às portas da Basílica de São Pedro, na Cidade do Vaticano, bem como os que sintonizaram os seus aparelhos para acompanhar o funeral de Bento XVI (Papa de 2005 a 2013), devem ter notado o formato estranhamente trapezoidal do caixão.

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Foto CNS/Paul Haring

O Livro dos Evangelhos repousa sobre o caixão trapezoidal do Papa Bento XVI durante sua missa fúnebre na Praça de São Pedro no Vaticano a 5 de janeiro de 2023. Na noite anterior ao funeral, quando o corpo foi colocado no caixão, o Vaticano colocou dentro um tubo de metal contendo um texto de 1.000 palavras, conhecido como “rogito”, resumindo sua vida e ministério. 

O caixão de João Paulo II (Papa de 1978 a 2005) apresentava o mesmo formato no funeral a 8 de abril de 2005. 

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O então cardeal Joseph Ratzinger incensa o caixão trapezoidal do Papa João Paulo II a 8 de abril de 2005. Foto: Nick Cornish.

Bem como o caixão de João Paulo I (Papa que assumiu o papado a 26 de agosto e morreu exatamente 33 dias depois, ou seja, o mesmo número de graus da Maçonaria, em 28 de setembro de 1978) e dos seus antecessores. De origem humilde e apelidado de "Papa Sorriso" por sua afabilidade, Albino Luciani queria expulsar do Vaticano os Cardeais e eclesiásticos envolvidos no escândalo do Banco Ambrosiano, que tinnham "afinidades"com a loja maçônica P2 de Lício Gelli e com a Máfia de Michele Sindona, alegadamente infiltradas no Vaticano através de ligações com  Papa Paulo VI (1897-1978, eleito em 1963). Cerca de 15 dias antes dele, morrera também e de modo misterioso o Metropolita Nikodim, arcebispo ortodoxo russo de Leningrado e Novgorod de 1963 até sua morte e agente do Serviço Secreto Soviético no Comité para a Segurança do Estado [Komitet Gosudartsvennoi Besorpasnosti (KGB)]. Sobre o assunto, recomenda-se a leitura do livro "In God's Name: An Investigation on the Murder of Pope John Paul I", de David A. Yallop (New York, Bantam Books, 1994).

O caixão trapezoidal do Papa João Paulo I em seu

O caixão trapezoidal do Papa João Paulo I - funeral na Cidade do Vaticano a 4 de Outubro de 1978. Foto de Sérgio del Grande.

Não conseguimos descobrir quando exactamente começou esta tradição na Igreja (certamente terá séculos). O que se pode apurar é que os Papas são sepultados em três caixões que cabem todos dentro  dos outros.Com Joseph Ratzinger, o primeiro pontífice a renunciar em 600 anos (algo que não acontecia desde Gregório VII, que renunciou em 4 de julho de 1415, após 8 anos de papado), não foi diferente.

Primeiro o corpo é colocado num caixão feito de madeira de cipreste onde são colocadas as moedas do seu pontificado, bem como o pálio e um texto que resume o seu trabalho como Papa. Este último é instalado num cilindro de metal. Posteriormente, este sarcófago é inserido num metálico, ou seja, após a colocação de uma fita com os selos oficiais no primeiro caixão, este é colocado no segundo, que é lacrado e soldado após a missa. Finalmente, o duplo caixão é colocado num outro de madeira sendo depois levado a repousar nas Grutas do Vaticano. Bento XVI foi sepultado no lugar ocupado por seu predecessor, João Paulo II. Os restos mortais do Papa polaco foram trasladados após sua beatificação para a Capela de São Sebastião, localizada na Basílica de São Pedro no Vaticano.

Cabe destacar que esta foi a primeira vez na história da Igreja que um Papa oficiou uma cerimónia para um Sumo Pontífice anterior. O discurso do Papa Francisco durante o funeral foi realizado sob o rito "Ordo exequiarum Romani Pontificis", conforme estabelecido na Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis de 1996.

Mas, afinal, porque é que o formato do caixão do Papa é trapezoidal?

Decifremos o estudado simbolismo profundo e oculto que se encerra por trás.

O trapézio é definido como “um quadrilátero com dois lados paralelos”, sem que haja uma exigência quanto a quais dois lados devem ser paralelos e quais dos lados têm que se unir. O trapézio é a forma que constitui a base de uma pirâmide, ou seja, nenhuma pirâmide é erguida sem que antes se erga uma base que tenha um formato trapezoidal. Pode-se dizer, portanto, que é do trapézio que nasce a pirâmide. E a pirâmide representa a hierarquia, a base dominada pelo topo, a árdua ascensão degrau por degrau a uma etapa evolutiva superior até à conquista suprema da plenitude ou perfeição divina.

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É o símbolo messiânico por excelência, motivo pelo qual Cristo é levado por Satanás, quando este o tentava no deserto, ao pináculo do templo mais alto da época que não era outro do que o ápice da Pirâmide de Quéops. Pelo mesmo motivo, a pirâmide truncada tendo no seu ápex o “Olho da Providência”, o “Olho que Tudo Vê” ou o “Olho de Hórus”, o símbolo da “iluminação” luciférica para maçons e illuminati, encontra-se no verso da nota de um dólar. A imagem do selo retrata a pirâmide como símbolo do Reino da Pedra, com a Pedra Apical simbólica de Cristo, a pedra angular suspensa sobre o eixo do centro da estrutura, que fica incompleta sem ela. Porém, logicamente, o Jesus do Cristianismo nada tem a ver com o Jesus da Maçonaria.

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O triângulo com o olho que tudo vê para os maçons é justamente a pedra angular que rejeitaram, ou seja, Cristo, razão pela qual transformaram a pirâmide perfeita num trapezóide, que é um símbolo de frustrações, e disfarçaram a falsa pirâmide com o triângulo e o Olho de Lúcifer, que é o verdadeiro deus da Maçonaria, a qual aliás já controlava o sistema religioso judaico no início da Era Cristã.

Ao longo das antigas escrituras, Jesus Cristo é invariavelmente comparado com a pedra angular de uma estrutura, a pedra angular da base de um edifício, o que segura toda a construção. David já se referia ao Senhor em conexão com uma “pedra angular ” futura: “A pedra que os edificadores rejeitaram, essa foi posta como pedra angular. Foi o Senhor que fez isto e é maravilhoso aos nossos olhos” (Salmo 118:22-23). Zacarias 4:7 refere a colocação futura de Deus de uma pedra no topo de sua estrutura concluída: “ele trará a pedra angular com aclamações: Graça, graça a ela”. Isaías 28:16 refere-se ao Messias como a “pedra angular preciosa”. Notavelmente, Jesus Cristo aplicou esta mesma profecia a Si mesmo, mostrando que era a “pedra rejeitada”.

Israel, sob a liderança dos fariseus e mestres religiosos, rejeitou-o como o Messias, por isso Jesus usou o Salmo de David para ilustrar o Seu ponto dramático diante das multidões: “Disse-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra que os edificadores rejeitaram, essa foi posta como pedra angular; pelo Senhor foi feito isso, e é maravilhoso aos nossos olhos?” (Mateus 21:42). Mais tarde, num dos grandes sermões de Pedro ao povo judeu, retorna-se a esta mesma profecia: “Este Jesus é pedra rejeitada por vós, os construtores, a qual se tornou a pedra angular. E em nenhum outro há salvação; porque debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, em que devamos ser salvos” (Atos 4:11-12).

Nas construções antigas, a pedra angular era a pedra de esquina que servia para alinhar toda a construção. A escolha de uma boa pedra facilitaria a construção conforme a planta. Uma pedra fora de esquadria resultaria uma construção errada. Os construtores de Israel julgavam Jesus uma pedra inadequada para o tipo de construção que eles queriam. Deus o julgou perfeito para edificar a Igreja conforme a planta divina. Ora, tendo presente que a pedra angular é a pedra fundamental que forma o ângulo externo de um edifício, e é posta no ângulo de encontro de duas paredes e as mantém ligadas, o fato de Jesus Cristo ser chamado “a pedra angular no qual todo o edifício é ajustado e cresce para tornar-se um santuário santo no Senhor” (Efésios 2:21), indica que Ele é a pedra fundamental sobre quem foi construída a Igreja de Deus, ou seja, o edifício espiritual que serve para morada de Deus em Espírito.

No entanto, numa pirâmide egípcia, a pedra angular (capstone) é a parte superior (uppermost piece) e está, portanto, no topo (pyramidion).Em egípcio antigo, era a benbenet. No Antigo Reino, as pyramidia eram geralmente feitas de diorito, granito ou calcário fino e cobertas de ouro ou electrum (termo latino, também usado para o âmbar, para uma liga de ouro e prata com parcelas de cobre e outros metais). Durante o Império Médio e até o fim da era da construção de pirâmides, eram feitas em granito negro polido e muitas vezes receberam inscrições com títulos reais e símbolos religiosos. Pouquíssimas pyramidia chegaram intactas aos dias de hoje. Quatro pyramidia, a maior coleção do mundo, está exposta no salão principal do Museu Egípcio no Cairo, entre elas a da Pirâmide Negra, construída por Amenemhat III ou Amenemés III, o 6º rei da 12ª Dinastia que governou entre 1860 e 1814 a.C., durante o Império Médio (2055-1650 a.C.). A Pirâmide Negra em Dahshur, próxima da Pirâmide Curvada, tinha 75 metros de altura, 105 metros de base e vários problemas estruturais, já que havia sido construída com tijolos de barro, numa das regiões mais baixas do Egito, a apenas 10 metros acima do nível do mar. As águas subterrâneas do Nilo infiltraram-se nas paredes, fazendo com que toda a pirâmide se afundasse e colapsasse. É muito interessante observar que hoje a Grande Pirâmide de Gizé não tem uma pedra angular de capeamento – que alguns dizem ter sido roubada por maçons há séculos. Na verdade, não há qualquer registro histórico de tal pedra jamais ter sido vista na Grande Pirâmide.

É exatamente por este motivo que o caixão do Papa é trapezoidal e vários edifícios espalhados ao redor do mundo foram construídos no mesmo formato. O John Hancock Center, em Chicago, junto ao Lago Michigan, é um dos mais notórios. Com 344 metros de altura (467 metros com a antena) e 100 andares, é terceiro prédio mais alto de Chicago e o quarto mais alto dos Estados Unidos, perdendo apenas para o Sears Tower, o Empire State Building e o Aon Center. Projetado pelo engenheiro Fazlur Khan do escritório Skidmore, Owings and Merrill LLP (SOM), começou a ser construído em 1965 e foi inaugurado em 1969. A sua estrutura é capaz de resistir a violentos terramotos.

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Quanto ao número 13, note-se que nos desenhos no verso da nota de um dólar que faz parte do Grande Selo dos Estados Unidos, a pirâmide tem 13 degraus que representam os 13 Estados originais, bem como as 13 linhagens de sangue Illuminati que governam o planeta. A águia, símbolo do poder usado desde sempre por todas as antigas civilizações do planeta, segura um ramo de oliveira numa pata e 13 flechas na outra, que representam o poder da paz e da guerra, respectivamente. Sobre a cabeça da águia, há 13 estrelas que formam o símbolo da Estrela de David. A quantidade de penas nas asas (32 e 33) e cauda da águia (9), são referências aos números de graus da maçonaria e ao Conselho dos 9 que governam o mundo.

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Mas para lá da forma trapezoidal existe algo de muito mais pesado, como se já não bastasse a invocação maçônica-illuminati. Trapezóide seria o nome de uma sociedade secreta muito antiga, adoradora de Set, o deus egípcio do caos, da seca, da guerra, da confusão, da desordem e da perturbação, a contraparte negativa de seu irmão Osíris, deus da terra fértil e nutritiva, e em constante rivalidade com seu sobrinho Hórus. Set seria assim a versão egípcia do Satanás bíblico.

A estudiosa do ocultismo Cathy Burns, formada em Filosofia Bíblica, que passou duas décadas dedicada a uma extensa pesquisa sobre sociedades secretas, o Movimento Nova Era e assuntos realcionados, no livro "Billy Graham and His Friends: A Hidden Agenda?" (Sharing, 2006), descreve a “Ordem do Trapézio” e as suas raízes originárias da antiga sociedade secreta que adora o antigo deus egípcio Set, ou Satanás.

Cathy Burns cita o satanista Anton Szandor LaVey (1930-1997), fundador em 1966 da Igreja de Satanás e autor da Bíblia Satânica (1969): “O trapézio há muito é considerado pelos ocultistas como a forma mais satânica, especialmente adaptada para aumentar a manifestação demoníaca. De facto, a ordem intermediária da irmandade satânica é chamada ‘A Ordem do Trapézio’. Anton LaVey, o fundador da Igreja de Satã, refere-se a um princípio oculto conhecido como a ‘Lei do Trapézio’. Seus escritos ressaltam a existência de uma ciência mágica de ângulos e espaços geométricos (o que é muito presente na Sala de Meditação da ONU). LaVey diz que a arquitectura pode transmitir uma atmosfera espiritual maligna. O ponto principal de tudo isso é que a forma arquitectónica consumada do adorador de Satanás é o trapézio e acredita que essa forma criará uma espécie de ‘câmara de nuvens’ espiritual através da qual se poderá rastrear as pegadas dos demônios que se deseja invocar. Acredita-se que seja a atmosfera perfeita para a manifestação do profano e do amaldiçoado.”

Estas deduções são interessantes e no mínimo curiosas, porque acabam por relacionar o caixão trapezoidal com uma só uma referência à pirâmide truncada e, em simultâneo, poderá indicar a interferência de um “superpoder” sinistro que cerca e conquista o Vaticano e toda a Cúria.

A escolha é de cada um, mas pode-se sempre optar por nem sequer escolher.