O Barbeiro de Cedilha

Apesar de não surgir (por motivos alheios à nossa vontade) a data nos posts que se vão fabricando, o certo é que não publicamos há muito.

Esta fraca assiduidade deve-se sobretudo ao facto de termos escolhido como temática prioritária uma das nossas maiores paixões: a barba.

Reconhecemos que acabamos a falar para um público relativamente restrito e a abrangência destas artes fica limitada a um tipo muito específico de pessoas.

Acresce assumir que já há uma quantidade muito significativa de blogs e de sites que abordam muito melhor e de um modo mais interessante e profissional do que o nosso, os temas que por aqui vão aparecendo. Não é caso para nos preocuparmos com a nossa imaturidade e insuficiência, mas é sempre bom ter em conta o que nos pode desmotivar.   

Não é esse o nosso objetivo (decidimos há pouco tempo que devíamos ter um, mais musculado).

Daí que a partir de hoje vamos tentar ser mais permeáveis a outros interesses (sobretudo masculinos) e a diversificar o que se aborda.

Não prometemos um registo diarístico, mas vamos andar um bocado mais por cá.

Não é que a notícia interesse a muita gente, mas é o que temos por hoje.   

Um dos nossos objectivos é dar a conhecer alguns dos universos que são construídos ou preferidos por homens que se caracterizam pelo culto da barba.

São universos específicos e bem delimitados, acabando sempre como complemento à felicidade que é já ter a possibilidade de se usar de modo conhecedor a barba.  

Acreditamos que é uma forma de apresentar estes barbudos que afinal são mal conhecidos e, em consequência, muitas vezes mal compreendidos.

Os preconceitos são como é sabido formas primárias de raciocínio e é nossa obrigação tentar quebrar o casulo onde a maior parte das vezes se abriga a animosidade e a desconfiança que os grandes barbudos são capazes de gerar.

Por sabermos que é comum sermos alvo de olhares menos agradáveis que nos conotam com indivíduos narcisistas, egocêntricos, culturalmente debilitados, estereotipados e vivendo exclusivamente para o cultivo de determinadas imagens, acreditamos ser interessante abrir o jogo e oferecer a quem nos quiser seguir aquilo que nos interessa e que nos encontra disponíveis e atentos, prontos a aceitar beber na vossa companhia uma estupenda cerveja artesanal como a mais amarga das “Coruja”.

Sejam, portanto, bem aparecidos.

Ao contrário do que se pensa, usar barba não é uma questão de moda, de seguidismos, de obediência a correntes estéticas efémeras ou mesmo um assunto trendy, ou fancy, ou hipster, ou outro qualquer estrangeirismo que queiramos usar.

O uso de barba é antes de tudo um conceito que solidifica lentamente. Está unido a estilos de vida determinados e muito específicos e, ao contrário do que se poderá pensar, não implica uma imediata identidade de grupo, embora se possa reconhecer a existência de nichos em que a barba é um elemento aglutinador, sem ser necessariamente identitário.

A ausência aparente de um espaço dedicado a estes assuntos, sugere que conhecer com mais detalhes os homens que usam barba, conhecê-los para além dela, pode ser curioso e revestir-se de algum interesse.

Perceber não só como a usam e a tratam, mas também o que pensam, como e onde vivem, do que gostam, o que os atrai, o que gostam de ler, o que gostam de ouvir, o que comem, o que bebem, o que lhes é adverso e outros tantos pormenores que aqui possam chegar relacionados com este tipo de homem eternamente fiel à sua barba, é objectivo principal do sítio que acabam de encontrar.

O uso de barba desde os dezoito anos, traz uma experiência de quinze anos ao autor, que não é barbeiro e muito menos aquilo a que recentemente se achou por bem chamar dandy, permite-lhe facilmente escolher para patrono um dos homens mais talentosos do planeta ... e que evidentemente usou barba.